Para a pesquisadora, medidas de combate à atual pandemia perdem de 7 a 1 para a pandemia de 1918

A pesquisadora, historiadora e escritora, Lilia Schwarcz, analisou as medidas adotadas para o combate à covid-19 e comparou a atual pandemia com a da Gripe Espanhola, em 1918, que atingiu o Brasil, assim como o coronavírus. Segundo ela, a política de controle da covid-19 perde de 7 a 1 para a da pandemia de 1918.

“O que não aconteceu em 2018 e tem acontecido, agora, nesta pandemia, é o negacionismo por parte do Estado”, disse ela no último painel do I Encontro Norte das Fundações de Apoio – I ENFAP, realizado pelo CONFIES (Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica), na quinta-feira, 24 de junho.

Sob a mediação do presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, a escritora falou sobre “Como será o mundo no pós-pandemia”, e dividiu a mesa de debate com o pesquisador Carlos Gadelha, coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz.

Embora a história das duas pandemias seja estranhamente repetida, Lilia recorda que em 1918 nenhuma autoridade pública “referendou” medicamentos, disponíveis no mercado, como milagre para cura da Gripe Espanhola. “Em 2020 autoridades  políticas estão, sim, referendando isso”, criticou a historiadora, que lançou recentemente o livro “A Bailarina da Morte” (a respeito da Gripe Espanhola, traçando um paralelo que aponta inúmeras similaridades da pandemia de 1918 com a do Coronavírus, de 2020).

Tanto em 1918, como em 2021, a desigualdade foi um fator para compreender a disseminação da doença”, afirmou. “A desigualdade gera mais desigualdade”, continuou. Tanto em 1918 como em 2020, Manaus padeceu enormemente, como as notícias da época e as atuais demonstram.

O que 1918 tem a nos dizer no presente?

“Diria para vocês que, em termos de solidariedade, nós involuímos”. Os jornais de 1918 traziam notícias sobre a abertura das igrejas, sobre movimentos coletivos – 2020 começamos bem, falando sobre solidariedade, falando em ‘novo normal’, uma expressão preconceituosa”, segundo a pesquisadora. “Novo normal para quem?”, perguntou, “já que os vulneráveis estão ainda mais vulneráveis?”

Segundo Lilia,  um das respostas à gripe espanhola foi a criação do Ministério da Saúde, que representou um divisor de águas na década de 30, “embora não signifique muito atualmente”. A crise, ainda segundo ela, é política, moral e de saúde. “Na Medicina, o paciente em crise é grave, mas não caiu no abismo. Estamos assim, numa ‘área de fronteira’, entre o abismo e salvação”. A pesquisadora ainda abriu espaço para uma reflexão a respeito de nosso sistema político. “O que eu gosto mesmo é o lugar da cidadania. A cidadania é uma franquia da Democracia. É hora de ouvir a Ciência, aprender com ela. ‘A mentira’, dizia um provérbio grego, ‘viaja em superstições’. A verdade viaja num casco de tartaruga e nós estamos nessa viagem”, finalizou.

A Ciência tem que sair da gaveta e ir para a calçada

Carlos Gadelha, da Fiocruz, economista, falou em seguida, sobre como a Economia é uma ação social e de saúde pública, num período em que essa ciência se insere. “A conjuntura atual nunca refletiu tanto as características estruturais da nossa sociedade”, disse Gadelha, que revelou que 75% das doses [de imunizante] distribuídas estão concentradas em apenas 10 países. “Neste momento, a vacina reflete desigualdade. Há nações excluídas, pela incapacidade tecnológica e científica de absorver a vacina. Quanto mais fortes a gente for em Ciência e Tecnologia, mais teremos condições de contribuir globalmente”.

O pesquisador convidou os presentes a refletirem sobre concentração social e que ricos ficaram mais ricos – “em plena pandemia!”, frisou.

“Os Sistemas científico e tecnológico brasileiro estão sem respirar”, afirmou, explicando que boa parte das nações globais estão investindo nessas áreas, numa redefinição de trajetória. Gadelha também lembrou que o  próprio SUS vive uma crise respiratória, quando ele foi concebido para ser um Sistema que é patrimônio da sociedade brasileira.

No campo das vacinas, o Brasil montou a maior estrutura, vide as participações do Instituto Butantã e da Fundação Oswaldo Cruz. Numa provocação, Gadelha afirmou que o papel das fundações é dialogar, de maneira mais direta, com a sociedade – “esse diálogo é central à nossa sobrevivência”. Há que se ter mais apoio e não a criminalização da atuação das Fundações de apoio.

O debate na íntegra está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=d1KkICokpU4

Viviane Monteiro/ CONFIES
Lorena Filgueiras/ Fadesp

Reitores da UNIR e UFPA apontam os desafios de fazer Ciência na Amazônia no 1º Encontro Norte das Fundações de Apoio

O primeiro painel da programação do primeiro dia do evento, “Os desafios de fazer Ciência na Amazônia”, foi aberto pelo presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, que justificou a ausência do professor Carlos Nobre, cientista, professor da USP. Em razão de um tratamento de saúde, Nobre lamentou não poder participar do evento, mas mandou um vídeo documentário sobre sua tese, Amazônia 4.0, e que foi exibido nos trinta primeiros minutos do painel.

 

A reitora da UNIR (Universidade Federal de Rondônia) Marcele Regina Pereira, que presidiu a mesa, e após o documentário, passou a palavra ao reitor da UFPA (Universidade Federal do Pará), Emmanuel Tourinho, no I Encontro Norte das Fundações de Apoio (I ENFAP/CONFIES), na quarta-feira (23). O evento foi encerrado ontem, quinta-feira (24 de junho).

Tourinho prefaciou sua apresentação falando sobre aspectos, no cotidiano científico da Amazônia, que nem sempre vêm ao primeiro plano. “Acho muito importante colocar um peso especial no fato de que a Amazônia, para além de ser uma floresta, um bioma, é um território ocupado pelos povos da Amazônia, que são vários, diversos, ricos em suas culturas, histórias, contribuições e capacidades de proteger a floresta! Há uma riqueza enorme nesta região que é pouco conhecida e menos ainda valorizada, apoiada. Esses povos têm necessidades e visões próprias do que necessitam e que é necessário ao futuro da região e da própria floresta”, iniciou. “Só haverá futuro para a Amazônia se esse futuro passar pelos amazônidas, pelos povos da Amazônia! Não haverá nenhum futuro, nem este pensado pela vertente que se preocupa com a preservação, pela conservação, se não for um futuro construído pelos povos e Instituições aqui sediados”.

“É um enorme desafio fazer Ciência no Brasil hoje!”, continuou. “Após décadas de um esforço extremo das Instituições e de pessoas, pesquisadores, de todos que se preocupam com a construção de um sistema sólido, capaz, eficiente de Ciência e Tecnologia, hoje, esse sistema vive asfixiado, sem recursos e apoio; com tentativas recorrentes de desqualificação de seu trabalho e com todas as consequências decorrentes disso”.

Tourinho citou o esforço, por parte das Universidades estrangeiras, de absorver pesquisadores brasileiros, em um claro reconhecimento a essa mão de obra qualificada – em contraponto à sufocante situação atual brasileira e daqueles que fazem Ciência no país. O reitor da UFPA também demonstrou números relacionados às 69 Universidades Federais brasileiras, comparando com os crescentes investimentos em C&T nas universidades estrangeiras. O Brasil está na contramão do mundo, uma vez que o investimento em Ciência demonstra preocupação com a qualidade de vida suas nações, com a competitividade de suas economias e, como se não bastassem esses enormes desafios, ainda se enfrenta as dificuldades próprias da realidade Amazônia.

Emmanuel Tourinho fez referência também aos desafios de a Amazônia ser uma região com proporções continentais. Essa enorme extensão, que abriga a floresta, tamanha biodiversidade, é uma região de enorme desigualdade, dos piores indicadores sociais, o pior IDEB, o pior IDH, os piores indicadores de saneamento básico. “Problemas que cidades europeias resolveram há 200, 300 anos, ainda são desafios cotidianos para os povos da nossa região. Não é possível sair dessa condição sem muita Ciência e Tecnologia na Amazônia e há inúmeras Instituições, aqui sediadas, dedicadas à superação desses problemas – universidades, públicas e institutos de pesquisa”.

Em seguida, Tourinho esmiuçou os dados da UFPA, lembrando que a “realidade da UFPA se reproduz em muitas outras [instituições de ensino superior], que enfrentam desafios adicionais aos enormes desafios já compartilhados pela comunidade científica nacional. Quem formula as políticas públicas não tem noção das realidades e peculiaridades geográficas”, continuou, detalhando que para chegar aos quatro cantos do estado, a UFPA investe alto, uma vez que os caminhos nem sempre são pavimentados – rios são ruas e vencê-los nem sempre é tarefa simples.

“Fazer esta universidade tem um custo muito mais alto – para se chegar aos lugares, para fazer com que os insumos cheguem a esses lugares”. Há muitos desafios políticos também: assimetria na distribuição dos recursos de Ciência e Tecnologia no país, enfatizou.

Pauta permanente

“Há uma suposição de que somos um ‘vazio demográfico’, o que não é verdade”, afirmou Emmanuel Tourinho. “Uma agenda para Amazônia interessa a todo o Brasil, por sua biodiversidade, riqueza e por ser a última fronteira. Não será positivo trazer entes externos para explorar apenas. Não prezamos por esses grandes projetos somente voltados a atender outras regiões do país. Essa agenda precisa ter voz ativa dos povos tradicionais da Amazônia. Nós dependemos de pesquisadores de todos os lugares, mas é preciso dar um apoio e reconhecer o papel da inteligência local”, disse.

A reitora Marcele Regina Pereira adicionou ao debate sua preocupação com o olhar destinado às necessidades amazônidas. “Há um enorme contraponto entre gasto e investimento. Despesas de educação são vistas como gastos – é a mesma lógica para CT. Quando se trata da Amazônia, poucos entendem que é investimento! Que levem em consideração as particularidades, as peculiaridades. As quantidades de pesquisas precisam de fomento com planejamento”, declarou. Há que se pensar em projetos que tenham planejamentos e investimento”, disse.

Pereira, por fim, agradeceu o convite e enfatizou que a UFPA “é uma Instituição/Inspiração na busca por melhores resultados”.

Para assistir o documentário do professor/pesquisador Carlos Nobre, clique aqui.

(Lorena Filgueiras/ Fadesp)

Abertura do I Encontro Norte das Fundações de Apoio (I ENFAP/CONFIES)  faz homenagem às milhares de famílias brasileiras enlutadas pela pandemia 

Luto pelas quase 505 mil vidas perdidas para a Covid-19. Foi solidarizando-se às milhares de famílias brasileiras enlutadas que o I Encontro Norte das Fundações de Apoio (I ENFAP/CONFIES) iniciou na tarde desta quarta-feira, 23.

O presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (CONFIES), Fernando Peregrino abriu oficialmente o evento, que em sua primeira edição regional, ocorre virtualmente, como exige o cenário pandêmico.

Peregrino ressaltou tratar-se do maior encontro da história do CONFIES, por conseguir reunir todos estados (além do Distrito Federal) do Brasil. “Eis um fato inédito”, enfatizou. Ao saudar as mais de 70 Fundações afiliadas presentes no encontro virtual (e quase 800 inscritos), o titular do CONFIES procedeu à apresentação dos componentes da mesa de abertura: o ex-ministro e secretário executivo da Iniciativa para a C&T no Parlamento ( ICTP.br), Celso Pansera; o diretor executivo da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP), Roberto Ferraz Barreto, a Reitora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Marcele Pereira; e o Reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Tourinho.

Pansera declarou-se muito satisfeito em poder dirigir-se ao público das fundações, ressaltando a importância desse segmento à garantia de Instituições de Ensino Superior mais sustentáveis e proveitosas. Ao desejar um bom congresso a todos, passou a palavra a Roberto Ferraz Barreto, atual diretor Norte do CONFIES e diretor executivo da FADESP (UFPA), organizadora do evento. Barreto começou seu discurso agradecendo a participação das fundações da Região do Norte – bem como citou todas as suas entidades/Instituições apoiadas. Ele ainda ressaltou a importância da construção coletiva de parte da programação do I ENFAP/CONFIES.

O Reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, saudou todos os participantes do I ENFAP/CONFIES. Tourinho, que é ex-presidente da ANDIFES, relembrou as inúmeras lutas ao lado de Fernando Peregrino e parabenizou o diretor-presidente da FADESP por sua gestão, pautada pelo fortalecimento e ampliação da UFPA.

“Parabenizo a FADESP e o CONFIES pela realização desse evento. Apesar do atual cenário tão difícil, com tantos óbitos injustificados, conseguimos nos manter ativos, fazendo acontecer eventos que são importantes à comunidade, de luta pela Ciência. A FADESP tem sido importante na luta pela defesa da Ciência, Tecnologia e Educação Superior e ao desenvolvimento da própria UFPA. Quando a FADESP nasceu, a UFPA tinha 7 cursos de pós-graduação e aproximadamente 15 mil alunos. Hoje, são aproximadamente 50 mil alunos e a Universidade está presente em mais 70 municípios do Pará. São 145 cursos de mestrado e doutorado e a FADESP atuou diretamente nessa expansão”.

A abertura do I ENFAP/CONFIES está disponível na íntegra no site oficial do evento: AQUI

Um dos nomes confirmados para o evento, o cientista e pesquisador da Fiocruz, Carlos Gadelha diz que a pandemia de covid-19 está revelando que a área da ciência, tecnologia e inovação é essencial não apenas para o desenvolvimento de uma nação, mas para o direito à vida

Na semana em que o Brasil supera a terrível marca de 500 mil óbitos pela covid-19, pesquisadores e gestores de projetos de pesquisa discutem, nesta quarta-feira (23) e quinta-feira (24), os gargalos da ciência, tecnologia e inovação do País – no I Encontro Norte das Fundações de Apoio (ENFAP), evento a se realizar nesses dois dias pelo CONFIES (Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica).

A abertura do evento será hoje às 16h30. A programação está disponível no site oficialenfapconfies.org.br. As inscrições continuam abertas. Para se inscrever e acompanhar o debate basta acessar a página oficial do evento.

Um dos nomes confirmados para o evento, a escritora, historiadora e pesquisadora Lilia Schwarcz apresentará as perspectivas para superação da pandemia com o olhar na história de eventos similares, como a da Gripe Espanhola. Também estará presente o cientista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Carlos Gadelha, integrante do comitê de vacinas da instituição e é membro do Conselho Diretor do FNDCT, o principal fundo de fomento da ciência brasileira.  Ele falará sobre os gargalos e as perspectivas para o desenvolvimento de um complexo científico e tecnológico de fármacos para defesa da sociedade frente às novas variantes ou novos patógenos que podem aparecer no futuro.

Gadelha destaca a importância do conhecimento e afirma que a pandemia de covid-19 está revelando que a área da ciência, tecnologia e inovação é essencial não apenas para o desenvolvimento de uma nação, mas para o direito à vida.

“O futuro que se avizinha é um futuro de alto risco, porque a distância da capacidade científica entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos está aumentando; e se a gente não  tiver capacidade de investimento em ciência, tecnologia e inovação – no período pós-pandemia o mundo será mais desigual e excludente –, o Brasil estará ameaçado em sua trajetória de desenvolvimento e na própria defesa da vida de sua população”, analisa Gadelha.

CIÊNCIA NA AMAZÔNIA

No encontro, nesta quarta-feira, pesquisadores discutirão ainda a pesquisa na região da Amazônia, as ameaças à floresta e o projeto Amazônia 4.0 que propõe o uso da ciência para produção de uma bioeconomia sustentável, além de mecanismos fiscais para investimentos em pesquisa e na região da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

INSCRIÇÕES 

Trata-se de um evento on-line e gratuito e aberto ao público externo: professores universitários, jornalistas interessados em cobrir pautas, além de alunos. Para participar é preciso fazer a inscrição pelo site oficial do evento (enfapconfies.org.br ). Lá está disponível também a PROGRAMAÇÃO.

BUROCRACIA NA PESQUISA

Outro ponto a ser discutido pelos palestrantes será a confusa relação entre as fundações de apoio e suas apoiadas com base na Lei 8958. Conforme o CONFIES, 90 fundações apoiam mais de 130 instituições públicas de ensino e pesquisa, entre universidades e institutos federais.

Segundo dados do próprio Tribunal de Contas da União (TCU), existem surpreendentes 20 termos de entendimentos para que as fundações de apoio se relacionem com essas instituições de ciência, tecnologia (ICTs), representando um gargalo burocrático na gestão da atividade de pesquisa científica e tecnológica do Brasil.

O encontro abordará ainda as frustrações dos pesquisadores com o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, criado em 2016 exatamente para reduzir a burocracia na pesquisa; o papel do Ministério da Educação na renovação do Decreto 7423, medida que pode facilitar a atuação das fundações de apoio na gestão das pesquisas, mas que a própria burocracia a impede de ser atualizada. Além de novas formas de atuação das fundações de apoio à pesquisa como entidades privadas que viabilizam políticas públicas. Também será discutido o projeto Rota 2030, vinculado ao Ministério da Economia, gerido pela Fundação Fundep, em parceria com o CONFIES.

Assessoria de imprensa
Viviane Monteiro – CONFIES: (61) 98374.7656
Lorena Filgueiras – FADESP: (91) 99149.4957
Brena Marques – FADESP: (91) 98480.2061

Começa na quarta-feira, 23, o I Encontro Norte das Fundações de Apoio (ENFAP). As inscrições estão abertas também ao público externo: professores universitários, jornalistas interessados em cobrir o evento, além de alunos

Totalmente on-line e gratuito, o I ENFAP/CONFIES, a se realizar na quarta-feira (23) e quinta-feira (24), será o espaço de debates sobre o futuro da Ciência e Tecnologia e das fundações de apoio das universidades públicas e institutos federais de ensino e pesquisa; os desafios de se fazer Ciência na Amazônia; Rota 2030; o futuro pós-pandemia, além de outras discussões igualmente importantes, especialmente em um momento tão dramático para a humanidade e também para as Instituições de Ensino Superior e Pesquisa Científica, em função dos sucessivos cortes em seus orçamentos.

Tendo como cenário uma pandemia, que já matou meio milhão de pessoas, e a corrida contra o tempo num esforço de imunizar as populações com vacinas produzidas em tempo escasso, as discussões em torno da temática são, além de atuais e necessárias, de suma importância ao exercício científico.

NOMES CONFIRMADOS

A escritora, historiadora e pesquisadora Lilia Schwarcz é um dos nomes confirmados para o evento, além do cientista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Carlos Gadelha. Eles falarão sobre o histórico da pandemia da Gripe Espanhola no país e o Complexo Econômico Industrial da Saúde, projeto empreendido pela Fiocruz.

O pesquisador, professor e Copresidente do Painel Científico para Amazônia (ONU/USP), Carlos Nobre, e o reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Tourinho, debaterão sobre os desafios de fazer Ciência na região.

O presidente do CONFIES, Fernando Peregrino e o diretor da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa – FADESP (UFPA), Roberto Ferraz Barreto e a reitora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Marcele Pereira, também estão confirmados.

INSCRIÇÕES ABERTAS

O I ENFAP/CONFIES será totalmente on-line e gratuito: é necessário fazer inscrição para ter acesso à plataforma de transmissão nos dois dias de evento – 23 e 24 de junho de 2021. Para garantir o lugar nesse rico debate, basta acessar o site oficial: enfapconfies.org.br . Lá também está a programação do evento.

Serão  dois dias com uma programação diversa e importante ao atual cenário pandêmico/de cortes nos orçamentos das IFES. As inscrições estão abertas também ao público externo: professores universitários, jornalistas interessados em cobrir o evento, além de alunos.

O evento é organizado pelo CONFIES (Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica) e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).

SOBRE O CONFIES

O CONFIES – Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica – é uma associação civil com personalidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos que agrega e representa centenas de fundações afiliadas em todo o território nacional apoiando mais de 130 universidades públicas e institutos federais de ensino e pesquisa.

Assessoria de imprensa
Viviane Monteiro – CONFIES: (61) 98374.7656
Lorena Filgueiras – FADESP: (91) 99149.4957
Brena Marques – FADESP: (91) 98480.2061

 

Em carta aos Ministérios da Economia e da Ciência, Tecnologia e Inovações, a ABC, Andifes, Confap, Confies, Conif, Consecti, Ibrachics e SBPC  destacam a necessidade de aumentar a cota isenta de tributos e reparar a situação que prejudica a ciência brasileira e até mesmo o combate à pandemia de covid-19

As entidades que compõem a ICTP.br  Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ABC, Andifes, Confap, Conif, Confies, Consecti, IBCHIS e SBPC) – encaminharam nesta segunda-feira, 14 de junho, aos ministros Paulo Guedes (Economia) e Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), uma carta em que reivindicam mais recursos para a cota de importações de insumos para as pesquisas científicas e tecnológicas, isentas de tributos. Ou seja, a cota de importação de  insumos administrada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Em plena pandemia, a cota isenta de tributos para importação de insumos à pesquisa caiu de US$ 300 milhões, no ano passado, para  US$ 93 milhões em 2021, volume que já se esgotou na primeira metade deste ano. Conforme as entidades, como consequência dessa redução e dos cortes drásticos de recursos orçamentários, estabelecidos na LOA 2021, centenas de importações estão sendo interrompidas e as respectivas pesquisas prejudicadas.

Diante desse  cenário, as entidades solicitam o aumento da referida cota ao patamar de US$ 300 milhões para este ano. “A finalidade é  mitigar os impactos negativos que essa restrição vem ocasionando à ciência e tecnologia no Brasil, incluindo o prejuízo ao enfrentamento da Covid-19. Reconhecidamente a Ciência tem papel fundamental no desenvolvimento social e econômico de um país, por isso a prioridade que solicitamos ao pleito”, destaca a carta disponível em: Carta Ministro Paulo Guedes 14 jun 2021.

(Assessoria de imprensa)

Abaixo, entrevistas do presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, concedidas à imprensa sobre a reduzida cota de importação de insumos esgotada na primeira metade de 2021.

O GLOBO – 14 de junho 2021
Pesquisas sobre Covid-19 no Brasil são afetadas com fim da cota de isenção para importação de insumos

TV CULTURA – 14 de junho 2021

Correio Braziliense – 01 de junho 2021
Medida do Ministério da Economia trava pesquisas contra a covid-19

 

Falta pouco para o início do I Encontro Norte das Fundações de Apoio (ENFAP), evento do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica – CONFIES, nos dias 23 e 24 de junho

Totalmente on-line e gratuito, o I ENFAP/CONFIES será o espaço de debates sobre o futuro da Ciência e Tecnologia e das fundações de apoio às universidades públicas e institutos federais de ensino e pesquisa; os desafios de se fazer Ciência na Amazônia; Rota 2030; o futuro pós-pandemia, além de outras discussões igualmente importantes, especialmente em um momento tão dramático para a humanidade e também para as Instituições de Ensino Superior e Pesquisa Científica, em função dos sucessivos cortes em seus orçamentos.

Tendo como cenário uma pandemia e a corrida contra o tempo, num esforço de imunizar as populações com vacinas produzidas em tempo escasso, as discussões em torno da temática são, além de atuais e necessárias, de suma importância ao exercício científico brasileiro. Até o momento, segundo uma pesquisa publicada no jornal O Globo, desta segunda-feira, 07, pelo menos 30 das 69 universidades federais brasileiras, alertam que, em função dos cortes no orçamento anual, não conseguirão se manter abertas até o fim deste ano – um prejuízo incalculável para a sociedade brasileira.

NOMES CONFIRMADOS

A escritora, historiadora e pesquisadora Lilia Schwarcz é um dos nomes confirmados para o evento, além do cientista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Carlos Gadelha. Eles falarão sobre o histórico da pandemia da Gripe Espanhola no país e o Complexo Econômico Industrial da Saúde, projeto empreendido pela Fiocruz.

Já o pesquisador, professor e Copresidente do Painel Científico para Amazônia (ONU/USP), Carlos Nobre, e o reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Tourinho, debaterão sobre os desafios de fazer Ciência na região.

O presidente do CONFIES, Fernando Peregrino e o diretor da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa – FADESP (UFPA), Roberto Ferraz Barreto e a reitora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Marcele Pereira, também estão confirmados.

INSCRIÇÕES ABERTAS

O I ENFAP/CONFIES será totalmente on-line e gratuito: é necessário fazer inscrição para ter acesso à plataforma de transmissão nos dois dias de evento – 23 e 24 de junho de 2021. Para garantir o lugar nesse rico debate, basta acessar o site oficial: enfapconfies.org.br

SOBRE O CONFIES

O CONFIES – Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica – é uma associação civil com personalidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos que agrega e representa centenas de fundações afiliadas em todo o território nacional apoiando mais de 130 universidades públicas e institutos federais de ensino e pesquisa.

Assessoria de imprensa
Viviane Monteiro – CONFIES: (61) 98374.7656
Lorena Filgueiras – FADESP: (91) 99149.4957
Brena Marques – FADESP: (91) 98480.2061

 

 

Evento virtual e gratuito, a se realizar pelo CONFIES em 23 e 24 de junho, trará debates sobre o futuro da ciência e tecnologia

I Encontro Norte das Fundações de Apoio de universidades públicas e de institutos federais de ensino e pesquisa se realizará em 23 e 24 de junho, pela plataforma virtual. Promovido pelo CONFIES (Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e Pesquisa Científica e Tecnológica), o evento é organizado pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP).

Gratuito, o encontro trará debates sobre o futuro da ciência e tecnologia, com a participação de renomados pesquisadores. A expectativa do CONFIES é de reunir mil pessoas nos dois dias de debates.

O objetivo dos encontros regionais do CONFIES é promover a integração e discussão de temas relacionados ao universo de atuação das 90 fundações de apoio à atividade de pesquisa filiadas ao CONFIES.

Mais informações sobre o evento e a programação preliminar estão disponíveis no site do I Encontro Norte das Fundações de Apoio/CONFIES (http://enfapconfies.org.br) e no perfil no Instagram: @enfap_confies

FUNDAÇÕES DE APOIO

Com movimentação anual de cerca de R$ 5 bilhões ao ano, as fundações de apoio foram criadas, pela Lei no 8.958/1994. para viabilizar, de maneira ágil e eficiente, a relação entre a academia, por meio das universidades e dos institutos de pesquisa; e a sociedade, por meio de empresas e das organizações sociais, em uma iniciativa intermediada pela ação integradora do poder público municipal, estadual e nacional.

Assessoria de imprensa
comunicacao@confies.org.br
61 98374-7656

(JOSÉ NORBERTO FLESCH / Telesíntese)

Lei é lei ou não é lei?”, questionou Fernando Peregrino, presidente do CONFIES 

Glauber Pimentel de Queiroz – Crédito: Divulgação

Há R$ 5,1 bilhões congelados, que seriam destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) em 2021, e o governo federal não demonstra pressa em liberá-los. Por conta disso, a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados realizou audiência pública na sexta, 21, para debater a disponibilização dos recursos integrais do Fundo.

O deputado Nilto Tatto (PT-SP), um dos autores do requerimento, disse que a comunidade científica defende a aplicação da Lei Complementar 177/21, aprovada pelo Congresso Nacional e que recebeu dois vetos do presidente da República. Um dos vetos foi derrubado, o que mantinha a Reserva de Contingência do FNDCT. A promulgação do veto, no entanto, foi postergada e o orçamento da União para 2021 foi promulgado sem levar em consideração essa reserva de R$ 5,1 bilhões.

“Em nome da comunidade científica e tecnológica brasileira, instamos ao governo federal e aos parlamentares para que se cumpra a decisão legal, que foi tomada recentemente pelo Congresso Nacional, e sejam liberados imediatamente os recursos integrais do FNDCT em 2021”, disse Nilto Tatto, no pedido para realização da audiência pública.

Logo no início, Glauber Pimentel de Queiroz, assessor da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, deixou claro o posicionamento do governo em relação ao caso. “Precisamos atender setores muito relevantes e nossos recursos são escassos, mas estamos abertos ao diálogo”, falou.

A reunião virtual teve outros 11 convidados, que justificaram a necessidade de liberação dos recursos do FNDCT. “O Ministério da Economia não percebe a importância de ciência e tecnologia”, disse Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

“O Brasil não está jogando no time dos campeões. Não tem empresa de tecnologia entre as maiores do país, só banco”, apontou Davidovich, mostrando um gráfico representativo de sua fala.

“Não é assim lá fora. Israel tem 8.250 pesquisadores por milhão de habitantes. O Brasil tem 880. A Argentina tem 1.200”, continuou, em seu tempo na audiência. “E não adianta liberar os recursos no final do ano. Até lá já morreu o sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”, continuou.

“É quase um apagão da ciência e tecnologia brasileira”, acrescentou Valder Steffen Júnior, presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia e Empreendedorismo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

“É até uma estratégia: quanto mais tempo levar para esse recurso ser disponibilizado, menos tempo teremos para executar algo com ele”, completou o vice-presidente de Relações Parlamentares do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Claudio Alex Jorge da Rocha.

Inconstitucionalidade

Os convidados consideram inconstitucional a não liberação dos recursos. “A LC 177 não está sendo colocada em prática”, apontou o secretário-executivo da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br), Celso Pansera. “A LC 177 já foi aprovada. Lei é lei ou não é lei?”, questionou Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (CONFIES). “O que defendemos aqui é o cumprimento da lei”, reforçou José Benito Abella Arritso, representante do Fórum Nacional das Entidades Representativas das Carreiras de C&T.

Não há intenção de descumprir alguma lei, afirma Glauber Pimentel de Queiroz. O representante do Ministério da Economia disse que “ainda não houve tempo de fazer essa justa adequação” e que “o remédio para isso pode ser um PL”.

“Havíamos observado uma diferença de R$ 19 bilhões principalmente concentrada em despesas obrigatórias do governo, que tiveram curva ascendente em 2020. E onde eu quero chegar com isso? O que eu quero dizer é que o cenário é muito complexo. Não somos capazes de encaminhar uma solução simplória para o caso”, disse Queiroz.

Cúpula

Celso Pansera, secretário-executivo da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br), propôs que “não se pode deixar o Ministério da Economia decidir sobre a ciência e a tecnologia”. Contou que, entre as reivindicações enviadas ao ministro Marcos Pontes, está a que pede que a decisão seja do Conselho Diretor do FNDCT.

“Paulo Guedes foi à Câmara, no início deste mês, e disse a Pontes ‘pare de fazer foguetes e faça vacinas; mandamos 5 bi para você’. Mas nada disso é verdade. O ministério não está fazendo foguete e muito menos vacina porque não tem recursos”, afirmou Pansera.

“O ataque ao FNDCT tem sido muito duro desde 2019. Tem R$ 26 bilhões ‘presos’ lá, numa conta. São 21 bi até 2020 e 5 de 2021. É necessário que o Conselho Diretor do Fundo se reúna. Marcos Pontes precisa convocar essa reunião.”

Bombardeio de questões

Durante a reunião, Fernando Peregrino, do CONFIES, se dirigiu a Glauber, questionando-o. “Onde estão os recursos? Há alguma dúvida do Ministério da Economia de que a ciência é uma saída para o país, não só sanitária, mas também econômica? É preciso mais evidências de que a ciência produz riqueza? O ministro não tem capacidade cognitiva de entender isso. Ou não quer entender? Ou quer jogar poeira nos olhos de todos? Ou quer fingir que não tem dinheiro? Qual investimento é melhor que C&T? O que se pretende é uma operação de desmonte da C&T brasileira? Onde está a inteligência do Ministério da Economia? Vai para o interesse nacional ou para outros interesses?”

Link disponível para o texto: https://www.telesintese.com.br/governo-resiste-a-liberacao-dos-recursos-do-fndct/

Evento gratuito e virtual se realizará em 23 e 24 de junho

O I Encontro Norte das Fundações de Apoio de universidades públicas e de institutos federais de ensino e pesquisa se realizará em 23 e 24 de junho, pela plataforma virtual. Promovido pelo CONFIES (Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e Pesquisa Científica e Tecnológica), o evento é organizado pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP).

Gratuito, o encontro trará debates sobre as riquezas da Amazônia, o futuro da ciência e tecnologia, com a participação de renomados pesquisadores. A expectativa do CONFIES é de reunir mil pessoas nos dois dias de debates.

O objetivo dos encontros regionais do CONFIES é promover a integração e discussão de temas relacionados ao universo de atuação das 90 fundações de apoio à atividade de pesquisa filiadas ao CONFIES.

Mais informações sobre o evento e a programação preliminar estão disponíveis no site do I Encontro Norte das Fundações de Apoio/CONFIES (http://enfapconfies.org.br) e no perfil no Instagram: @enfap_confies

FUNDAÇÕES DE APOIO

Com movimentação anual de cerca de R$ 5 bilhões ao ano, as fundações de apoio foram criadas, pela Lei no 8.958/1994. para viabilizar, de maneira ágil e eficiente, a relação entre a academia, por meio das universidades e dos institutos de pesquisa; e a sociedade, por meio de empresas e das organizações sociais, em uma iniciativa intermediada pela ação integradora do poder público municipal, estadual e nacional.

Assessoria de imprensa

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Sobre o Confies

O CONFIES – Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica – é uma associação civil com personalidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos que agrega e representa centenas de fundações afiliadas em todo o território nacional.

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