O presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, afirma que as fundações de apoio se consolidam como canal de transferência de recursos complementares para as instituições apoiadas
Fundações de apoio batem novo recorde na captação de recursos para ciência nacional
Em contraste com o esvaziamento do orçamento público da ciência e tecnologia, as fundações de apoio de universidades públicas e de institutos de ensino e pesquisa registraram receita superior a R$ 8 bilhões em 2021, batendo mais um recorde na captação de recursos para ciência brasileira.
Os dados fazem parte de levamento anual do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (CONFIES), divulgados nesta segunda-feira (02). O Conselho reúne 94 apoiadas no País. Desse total, somente 50 responderam à pesquisa.
Com o resultado, o presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, afirma que as fundações de apoio se consolidam como canal de transferência de recursos complementares para as instituições apoiadas, que são as Instituições Federais de Ensino e Pesquisa (IFES). Na prática, essas fundações captam e gerenciam os recursos para a pesquisa científica e tecnológica conduzida pelos pesquisadores e cientistas brasileiros.
Em 2020, a receita captada pelas fundações de apoio havia alcançado uma cifra inédita acima de R$ 7 bilhões, em plena pandemia, após somar mais de R$ 5 bilhões em 2019.
Peregrino criticou o encolhimento contínuo das fontes oficiais de recursos para ciência nos últimos três anos, principalmente. Ele comparou a captação da receita das fundações com o total das despesas discricionárias das IFES de 2021, por exemplo, da ordem de R$ 4,1 bilhões. Ou seja, metade do valor captado pelas fundações de apoio. Peregrino disse ainda que o valor representa quase oito vezes o orçamento do CNPq dos últimos anos, ao redor de R$ 1 bilhão.
Hoje as fundações de apoio gerenciam mais de 2 mil projetos das instituições brasileiras de ensino e pesquisa.
Recursos ameaçados pela MP da Sucata
As principais fontes de recursos captados pelas fundações são o setor privado, que responde por cerca de 30% do montante captado. Principalmente das petroleiras como Shell e a francesa Total, além da Vale.
Peregrino alerta, porém, que esses valores estão ameaçados pela MP da sucata (1.112/22) que, segundo ele calcula, deve tirar R$ 3 bilhões da pesquisa este ano, se caso o Congresso aprovar a medida do Palácio do Planalto. Isso porque a MP desvia recursos para um programa de desmonte e sucateamento de caminhões.
(Assessoria de imprensa)
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