Fernando Peregrino participou do debate sobre os desafios da Ciência e Tecnologia e a burocracia no Brasil, na 71ª Reunião Anual da SBPC
O presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, considera a burocracia na ciência como a saúva atuando na lavoura, já que destrói como uma praga. Peregrino participou de debate, na última sexta-feira, 26, sobre os desafios da Ciência e Tecnologia e a burocracia no Brasil, na 71ª Reunião Anual da SBPC, em Campo Grande, no campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
Diante do poder devastador da saúva, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire emitiu a célebre frase: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”.
Peregrino dividiu a mesa de debate com Sérgio Rezende, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Edson Watanabe, ex-diretor da Coppe, Helena Nader, ex-presidente da SBPC, e Paulo Sérgio Beirão, da UFMG.
Prejuízos
O presidente do CONFIES reafirmou os impactos negativos da burocracia no desenvolvimento cientifico e tecnológico nacional que, segundo ele, gerou desperdícios de R$ 9 bilhões apenas no ano de 2016. Conforme Peregrino, esse montante desperdiçado considera a perda de 35% do tempo do cientista trabalhando com serviços administrativos e contábeis que nada tem a ver com a pesquisa científica.
Future-se
Peregrino também fez críticas ao programa Future-se, principalmente pela ameaça de quebrar a autonomia universitária, sem necessidade alguma, ao adotar o modelo das OS (Organizações Sociais) e não o das fundações de apoio que são um modelo bem sucedido e que vem funcionando desde 1994.
Antes de sua apresentação, Peregrino saudou o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Jorge Guimarães, que também fez duras críticas à burocracia na ciência – ao participar da Reunião Anual da SBPC (na quarta-feira, 24) sobre “o desafio da inovação” no Brasil.
Conforme Guimarães, a burocracia é um elemento de bloqueio que assola todos os elementos do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI), atrapalhando ações importantes, como é o caso da Embrapii, organização social (OS) que mantém contratos com a administração pública.
“Há uma atuação negativa, e vou falar bem alto isso, dos procuradores”, reclamou o presidente da Embrapii.
(Com informações do Jornal da Ciência)
Foto: SBPC