Diretora do CONFIES, Sandramara Matias Chaves, também defendeu um planejamento estratégico para distribuição dos recursos, além de Políticas de Estado arrojadas para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
Em audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 3 de maio, a diretora do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (CONFIES), Sandramara Matias Chaves, defendeu a recomposição do orçamento das instituições federais de ensino superior (IFES) e, paralelamente, agilidade na liberação de recursos pelas agências de fomento em prol do avanço científico e tecnológico nacional.
Ela defendeu ainda um planejamento estratégico para distribuição dos recursos, além de Políticas de Estado arrojadas para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) – na audiência mediada pela deputada Luisa Canziani, autora do requerimento do debate. O tema do debate foi: “Arrecadação, distribuição e aplicação de recursos dos fundos de ciência e tecnologia nos diversos setores da atividade econômica brasileira.
A diretora do CONFIES lembrou que o orçamento de ciência e tecnologia de 2022 foi o menor dos últimos 10 anos e disse ser necessário também recompor o orçamento das IFES, para que essas instituições possam fazer frente às demandas do setor.
“É necessário propiciar melhores condições de trabalho às comunidades científicas e acadêmicas contribuindo, cada vez mais, com o desenvolvimento científico e tecnológico do País”, destacou Sandramara, Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), também diretora da Fundação de Apoio à Pesquisa ( Funape) vinculada à Universidade Federal de Goiás (UFG), onde já foi vice-reitora.
A dirigente do CONFIES defendeu ainda, em sua participação, o debate sobre o fomento à Pesquisa no campo da formação de professores, das Humanidades e na Ciência Básica, áreas que têm sofrido, sobremaneira, com a falta de recursos e apoio para suas pesquisas.
“Muitos fatores dificultam e até mesmo inviabilizam o trabalho de cientistas e bolsistas de pesquisa, como a escassez de recursos e a inexistência de condições adequadas para o desenvolvimento das pesquisas, dentre outros”, afirmou. “Políticas de Estado arrojadas e a consequente ampliação de investimentos em P&D são fundamentais para viabilizar o incremento da pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento e, ao mesmo tempo, recolocar o Brasil em um cenário que favoreça o desenvolvimento científico e tecnológico e o melhor aproveitamento de seu enorme potencial nesse campo”, defendeu.
Sobre a necessidade de se ter mais agilidade na liberação de recursos pelas agências de fomento, a diretora do CONFIES entende que a demora na liberação de recursos, após a aprovação dos projetos, atrasa o trabalho e muitas vezes compromete o desenvolvimento de pesquisas importantes que poderiam impactar positivamente o contexto social em diversos setores.
“É também, igualmente, importante a redução da burocracia sobre os procedimentos relativos à gestão de pesquisas no Brasil”, disse. “Se queremos uma sociedade com mais igualdade de oportunidades, com melhores condições de vida e mais justiça social, é imprescindível o investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação e o enfrentamento do desafio de transformar conhecimentos produzidos em serviços e produtos que tragam benefícios e desenvolvimento para o País nos diferentes âmbitos da sociedade. Daí a importância da recomposição do FNDCT e da estruturação da aplicação desses recursos.”
A diretora do CONFIES, contudo, demostrou otimismo com o novo governo no que se refere ao fomento à ciência e tecnologia, da cultura e do apoio à rede federal de instituições de ensino superior.
“As perspectivas são muito animadoras e, com certeza, a despeito dos desafios o que se espera é a ampliação das possibilidades de captação de recursos por pesquisadores e professores em geral”, acrescentou. “Consequentemente, para as Fundações ligadas ao CONFIES, a expectativa é, igualmente, positiva para que possam continuar atuando no apoio e gestão de projetos com a qualidade, ética e transparência que historicamente vem caracterizando o seu papel”, complementou.
FUNDAÇÕES DE APOIO
A diretora do CONFIES destacou, no início de sua apresentação, que as fundações de apoio gerenciaram uma cifra de cerca de R$ 9 bilhões da atividade de pesquisa conduzida pelas IFES no ano passado, ante R$ 8 bilhões no ano anterior. O CONFIES reúne hoje 98 Fundações de Apoio distribuídas por mais de 150 IFES e ICT’s. Atualmente essas Fundações de Apoio gerenciam mais de 20 mil projetos de pesquisa científica e tecnológica.
PALESTRANTES
Além da diretora do CONFIES, participaram da audiência pública o assessor da Presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Edward Madureira Brasil,; Pedro Lucas da Cruz Pereira Araújo, presidente do Conselho Gestor do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel); Luis Manuel Rebelo Fernandes, Secretário-Executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Francisco Ribeiro da Costa, reitor da Universidade Federal Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), representando a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Fernanda sobral, Vice-Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); Fábio Guedes Gomes, Diretor Regional do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) da Região Nordeste e Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal); Debora Mendes Carvalho, coordenadora de Parcerias Estratégicas do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), representando a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A palestra na íntegra está disponível no site da TV Câmara em: https://www.youtube.com/watch?v=-gcwbvlsDts&list=TLGG7tNY8I4qS5IwMzA1MjAyMw
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