Além do encolhimento da verba para ciência este ano, o presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, criticou o aumento da burocracia que incide sobre os projetos de pesquisa
O presidente Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (CONFIES), Fernando Peregrino, analisou os vetos de Jair Bolsonaro aos recursos da área de pesquisas científicas, em plena pandemia, e lamentou a decisão. Os recursos tinham sido aprovados antes pelo Congresso Nacional.
“Lamentável a decisão de um presidente que diz gostar da ciência e decide cortar recursos do próprio MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), da Embrapa, da educação básica e da própria Fiocruz, nossa vanguarda da pesquisa e da vacina brasileira. Se gostar é isso, imagine se ele fosse indiferente”, criticou Peregrino, também diretor da fundação Coppetec, de apoio à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “O CONFIES lamenta muito a preservação do Orçamento Secreto em detrimento do que o País precisa.”
Peregrino não se surpreendeu, porém, com os constantes cortes da verba da ciência, já que essa vem sendo uma prática adotada desde o início da pandemia de covid-19. “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”, disse ele parafraseando Barão de Itararé.
Além do encolhimento da verba para ciência este ano, Peregrino criticou o aumento da burocracia que incide sobre os projetos de pesquisa. “A burocracia atual do governo confirma que a burocracia é a arte de tornar impossível o possível”, destaca ele citando Javier Pascual Pacedo.
Poucas exceções no governo atual
Ao sancionar o Orçamento de 2022, o presidente Jair Bolsonaro vetou recursos que haviam sido aprovados para as áreas de pesquisas científicas e para políticas públicas voltadas para indígenas e quilombolas. Os cortes atingiram ainda projetos para consolidação de assentamentos rurais, para pesquisas em universidades, para reforma agrária e regularização fundiária e políticas de igualdade e enfrentamento à violência contra as mulheres.
Fundações de apoio
O CONFIES reúne 96 fundações de apoio filiadas. As fundações de apoio às universidades públicas e institutos federais de ensino e pesquisa foram criadas para viabilizar, de maneira ágil e eficiente, a relação entre a academia (pelas universidades e dos institutos de pesquisa) e a sociedade (por intermédio de empresas e das organizações sociais), intermediada pela ação integradora do poder público municipal, estadual e nacional.
(Assessoria de imprensa)