Palestrantes abordaram comunicação com imprensa e sociedade civil para otimizar ações de preservação da Amazônia e comunicação interna com colaboradores como aliada na unidade de discurso e fortalecimento das fundações
No primeiro Congresso Nacional do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies) presencial pós-pandemia da covid-19, profissionais responsáveis pela comunicação de fundações de apoio de todo o Brasil acompanharam nesta quarta-feira, 29, o Fórum dos Comunicadores conduzido por Lorena Filgueiras, da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa do Pará (FADESP/PA).
A jornalista Janaína Campos, gerente de Comunicação Institucional da Fundação de Apoio à Fiocruz (FIOTEC), falou sobre o “Uso do podcast como estratégia de unicidade das práticas institucionais e alinhamento de linguagem”. O Conecta/FIOTEC, nome dado ao podcast interno criado pela equipe de comunicação, foi um dos produtos resultados do plano de ação desenvolvido após um levantamento de cenário interno da fundação e a percepção de que os próprios colaboradores falhavam em entender a atuação da FIOTEC.
Dentre os achados chaves na pesquisa interna, os colaboradores listaram como mais relevantes não conseguir acompanhar todos os conteúdos referentes às novidades; a necessidade de reciclagem interna e de reforço da marca institucional; e compreender o papel da FIOTEC enquanto fundação de apoio. A partir deste diagnóstico, realizado por agente externo, foram elaborados a Política e o Plano de Comunicação.
Janaína conta que o podcast veio pela facilidade de acesso ao canal, já que as pessoas poderiam escutar os programas durante o período de trabalho, sempre com a participação de membros da equipe que esclarecessem os temas de forma simples, didática e dinâmica.
“A ideia era fornecer conhecimento para os colaboradores internos primeiro, para que eles soubessem coisas básicas que trabalhamos no universos das fundações de apoio. Afinal, todos eles são porta-vozes”, relatou.
A diretora executiva participou do podcast, fortalecendo a iniciativa. “Se a diretora-executiva tirou um tempo para o podcast, quer dizer que ele é importante”, pontuou a jornalista, dizendo que 302 dos 340 colaboradores que atuavam na FIOTEC na época acompanharam os programas. O resultado do projeto foi extremamente positivo, gerando, inclusive, expectativas para os próximos. “Hoje as pessoas perguntam quando vem a segunda temporada”, comemorou Janaína. Segundo a líder de comunicação, a unidade de discurso foi alcançada internamente, melhorando o clima organizacional e o interesse dos profissionais pelas novidades e conquistas da própria instituição.
Comunicação para a preservação da Amazônia
Na abertura do Fórum dos Comunicadores, o jornalista Fábio Villela (TV Globo) e a doutora em ecologia Ima Vieira (Museu Paraense Emilio Goeldi/FINEP) participaram da mesa “Amazônia, futuro ancestral: comunicação científica, empática e preparada para a COP30”. A mediadora Lorena Filgueiras destacou a importância da temática, apoiada por projetos geridos por fundações. “A Amazônia é nosso grande manancial, a grande origem do material científico que trabalhamos em todo o Brasil. Com a Cop30, que acontece em Belém em 2025, todos os olhares convergem para o Brasil”, assinalou.
Enquanto repórter que cobriu a Amazônia por muitos anos, Fabiano ressaltou o desconhecimento ainda latente e a necessidade de entender as diferentes realidades dos espaços e povos da região para conduzir as coberturas jornalísticas: “Ainda achamos que é uma coisa exótica. Fui aprendendo com a experiência. Existem várias amazônias, que ocupa outros 8/9 países. Ouvir as expectativas das pessoas é o que deve nos orientar”.
A pesquisadora Ima Vieira apresentou dados devastadores de depreciação das terras amazônicas, apontando a urgência do fortalecimento de políticas públicas e de ações de conscientização para mitigar os impactos desta realidade ao futuro. “Perda de floresta significa perda de água e de carbono, há desregulação, como seca, cheias e alta de temperatura. É necessário governança sobre este tema”.
Texto: Monique Pacheco – Fundahc