Comissão conversa com o senador Cristovam Buarque e o presidente do Senado, Renan Calheiros

Comissão conversa com o senador Cristovam Buarque e o presidente do Senado, Renan Calheiros

Pontos rejeitados pela Presidência podem prejudicar desenvolvimento de pesquisas acadêmicas

Uma comissão formada por representantes de fundações de apoio à pesquisa e parlamentares entregou carta à presidenta Dilma, nesta terça-feira (23), para pedir a revisão dos vetos ao Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

Os pontos rejeitados alteram tópicos de legislações anteriores, como da Lei da Inovação (Lei 10.973/2004), sobre as bolsas de estímulo à inovação concedidas a alunos, e a Lei 8010/1990, que permite a isenção de impostos sobre a importação de insumos utilizados nas pesquisas científicas. 

Vice-presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (CONFIES), Fernando Peregrino compôs a comissão e conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, com os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Cristovam Buarque (PPS-DF) e outros parlamentares.

“A aceitação em Brasília tem sido muito grande. O objetivo é que o Marco seja sancionado integralmente, para que não prejudique as fundações de pesquisa”, afirmou Peregrino, também professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O deputado federal Sibá Machado (PT-AC) apoia a revogação pelo Palácio do Planalto: “Entendemos que os vetos prejudicam bastante a estrutura do projeto, como estava pensado. Estamos negociando com o governo e com os deputados da base. O objetivo é mudar essa situação para não prejudicar, principalmente, quem necessita das bolsas”.

Vetos 

Na mensagem ao Senado, a Presidência informou que não concorda com o não recolhimento de impostos previdenciários na remuneração de alunos de instituições privadas e também com as isenções nas importações pois resultariam em perda significativa de receitas, contrariando os esforços para o equilíbrio fiscal.

No dia 8 de março, o Congresso Nacional vai apreciar os tópicos rejeitados pela Presidência da República

Fonte: Jornal do Brasil

cartaz_programaPrezadas Afiliadas.

O conteúdo apresentado durante as palestras realizadas no Encontro Regional, podem ser solicitados, por qualquer Fundação associada, através de email ou do grupo do CONFIES no Whatsapp.

Para entrar em contato, utilize o formulário do nosso site ou envie mensagem através do email confies@confies.org.br

 

imagem_materiaO presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu nesta terça-feira (23) representantes de associações de pesquisa científica e tecnológica, liderados pela presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader. Eles pediram urgência na votação dos vetos da presidente da República, Dilma Rousseff, ao Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243), sancionado em janeiro deste ano.
 
Em carta à presidente Dilma, 18 instituições de pesquisa argumentam que o texto final da lei retirou dispositivos “essenciais para eliminação de gargalos que dificultam e cerceiam o desenvolvimento da inovação no Brasil”. A comunidade científica defende a derrubada dos vetos e o retorno ao texto aprovado no Congresso Nacional.
 
O Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação teve origem no PLC 77/2015, aprovado pelos senadores em dezembro de 2015. A proposta, do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), fez parte da Agenda Brasil. O senador Cristovam Buarque (PPS-DF), um dos relatores do projeto, acompanhou os especialistas no encontro com Renan Calheiros.
 
O presidente do Senado foi solidário ao pedido e disse que vai marcar sessão do Congresso para o dia 8 de março, para votar esses vetos, entre outros que estão na pauta. Renan Calheiros disse acreditar que a presidente Dilma vai colaborar e lembrou que já houve casos em que ela mesma apoiou a derrubada de veto.
 
Com informações da Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado
 
Fonte: Agência Senado

20160222070716Representantes vindos de 20 fundações estão presentes no II Encontro Sudeste do Confies, que está sendo realizado hoje, dia 22 de fevereiro, na COPPE.

Durante a fala de abertura, o Diretor Geral da COPPE, Edson Watanabe, reconheceu o esforço de todos para dotar o setor de uma lei à altura da importância que a Ciência, Tecnologia e Inovação possui para o desenvolvimento do País. Watanabe também parabenizou o CONFIES pela iniciativa e fez votos que, durante o encontro, as atenções girassem em torno dos vetos feitos à Lei, assim como da discussão sobre implementação dos pontos positivos.

Na mesa de abertura, além do Vice-presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, estavam presentes o Presidente da FUNDEPE – UFMG , Alfredo Gontijo de Oliveira e Luiz Eduardo Dias, da FUNARBE, da cidade de Viçosa.

Fernando Peregrino compôs a primeira mesa de discussões, cujo assunto trouxe debate sobre o contexto atual em que o Pais se encontra e as consequências que geram atraso no campo da inovação. Além disso foram apresentados os pontos positivos e auto aplicáveis do Marco Regulatório do CT&I, assim como os vetos sofridos no texto inicial (Lei 13.243/16).

Peregrino também reivindicou uma melhor e maior interpretação sobre as importações por parte do CNPQ, que impede o recredenciamento das Fundações Responsáveis por mais de 43% das importações de insumos a pesquisa.

Por sua vez, Alfredo Gontijo e Luiz Eduardo comentaram e destacaram a crescente importância das Fundações como protagonistas na fase atual do desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil.

Pedro Barbosa, Vice-Presidente da FIOCRUZ, que compôs a segunda mesa de discussões, falou que a Fiocruz considera o Marco Regulatório uma importante vitória, mas ressalta que ainda há muito trabalho a ser feito, referindo-se aos vetos que, por exemplo, reduzem a autonomia da Fiocruz para o desenvolvimento do kit de diagnóstico para o Zika Vírus.

Durante o encontro, os debates giraram em torno do excesso de burocracia e de controle burocrático nas atividades de pesquisa e sobre o receio que a regulamentação do marco possa vir a mutilá-lo.

À tarde, o representante da Petrobras falará sobre o Impacto do Marco na regulamentação da ANP sobre a cláusula de apoio à pesquisa. Ainda teremos um debate jurídico e, por fim, uma proposta de oficina sobre E-Social e outras ferramentas voltadas para as fundações.

Amanhã, dia 23 de fevereiro, o Vice Presidente do CONFIES comporá a delegação do deputado Sibá Machado, composta por líderes partidários, que formam aliança pelo Marco Regulatório. A reunião com o Ministro Berzoine terá por objetivo entregar, no Palácio do Planalto, uma carta para a Presidenta Dilma, solicitando a revisão dos vetos e restituição dos pontos retirados do texto final.

 

convite_imagemA Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso (Uniselva), em parceria com o Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), realizará no dia 1º de março o Fórum sobre o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O evento será realizado no auditório João Barbuino Curvo, da Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (Faet), campus universitário de Cuiabá-MT, a partir das 9h.

O novo marco regulatório, sancionado pela presidente Dilma Roussef no dia 11 de janeiro deste ano, promove uma reforma na legislação que regula a integração entre agentes públicos e privados que compõem o sistema de ciência, tecnologia e inovação.

O Fórum terá como debatedores a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, e os dirigentes do Confies, Suzana Montenegro e Fernando Peregrino, respectivamente presidente e vice-presidente da associação civil com personalidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos que agrega e representa 98 fundações afiliadas em todo o território nacional.

As discussões serão mediadas pelo diretor-geral da Fundação Uniselva, Cristiano Maciel. “Será uma ocasião importante, pois os debatedores acompanharam de perto o processo de construção do Marco Legal da CT&I, legislação benéfica às instituições de ensino superior e suas entidades de apoio, pois permite maior flexibilização na atuação dessas instituições para firmar parcerias; aproximação de pesquisadores e empresas, universidades e setor produtivo; criação de ambiente favorável à inovação e ao avanço de novas tecnologias, fundamental para o desenvolvimento nacional”, pontuou Maciel.

O Fórum será aberto às comunidades interna e externa da UFMT. Serão convidados representantes de outras instituições de ensino superior, dos governos federal, estadual e municipal, de agências de fomento à pesquisa científica, coordenadores de projetos, pesquisadores e professores de diversas áreas.

Atualização

O Marco Legal atualiza a legislação brasileira para incentivar e facilitar o exercício das atividades de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico. O texto prevê a isenção e a redução de impostos para as importações de insumos feitas por empresas na execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. O Marco também amplia o tempo máximo que os professores das universidades federais poderão trabalhar em projetos institucionais de ensino, pesquisa e extensão, ou exercer atividades de natureza científica e tecnológica.

A legislação também liberou a participação da União, estados e municípios no capital social de empresas para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores que estejam de acordo com as políticas de desenvolvimento científico, além de simplificar a emissão do processo de visto de trabalho para pesquisadores estrangeiros que vierem ao Brasil para participar de projetos de pesquisa.

Vetos

Em entrevista após a sanção do Marco Legal, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, disse que a presidente vetou alguns pontos do texto aprovado no Congresso. Pansera destacou que esses vetos “não mexem no eixo” do novo Marco.

Segundo o ministro, um dos vetos foi referente a um trecho que isentava o recolhimento de impostos previdenciários sobre bolsas de pesquisa e compra de produtos. Outro veto foi em um trecho do texto que dispensava a realização de licitação pela administração pública nas contratações de empresas com faturamento de até R$ 90 milhões anuais para prestação de serviços ou fornecimento de bens elaborados com aplicação sistemática de conhecimentos científicos e tecnológicos.

Esses vetos também serão discutidos durante o Fórum da Fundação Uniselva. Representantes das principais entidades do Sistema Nacional de CT&I e parlamentares estão se articulando para elaborar uma carta que deverá conter assinaturas da comunidade científica, acadêmica e empresarial sobre a necessidade da retirada dos vetos, mantendo assim o texto aprovado por unanimidade pelo Congresso Nacional. O documento será enviado ao Palácio do Planalto até o fim deste mês.

Maicon Milhen | Comunicação
Fone: (65) 3661 39 00 | 8118 82 31
comunicacao@uniselva.org
Foto: Ananda Borges/Câmara dos Deputados

Plenário também aprovou possibilidade de universidades públicas cobrarem por cursos de

Deputados retiraram do texto a possibilidade de cobrança pelo mestrado profissional

O Plenário da Câmara dos Deputados concluiu, nesta quarta-feira (17), a votação da Proposta de Emenda à Constituição 395/14, do deputado Alex Canziani (PTB-PR), que permite às universidades públicas cobrar pela pós-graduação lato sensu. A matéria precisa ser votada ainda em segundo turno.

Na votação desta quarta-feira, os deputados retiraram do texto a possibilidade de cobrança pelo mestrado profissional. A exclusão desse ponto constava de destaque do DEM, aprovado por 445 votos a 10. O PCdoB e o PDT apresentaram destaques no mesmo sentido.

O texto-base da PEC – um substitutivo da comissão especial, de autoria do deputado Cleber Verde (PRB-MA) – foi aprovado em outubro de 2015, por 318 votos a 129, mas desde então faltavam ser votados os destaques.

Segundo o texto, o ensino público superior de graduação e de pós-graduação acadêmica continua gratuito, mas as instituições poderão cobrar pelos cursos de extensão e de pós-graduação lato sensu.

A exceção será para os programas de residência (em saúde) e de formação de profissionais na área de ensino, que continuarão gratuitos.

Em qualquer situação, deverá ser respeitada a autonomia universitária, ou seja, a universidade decidirá se deseja ou não cobrar pelos cursos.

Discussão no Supremo
Segundo o autor da proposta, várias universidades já oferecem cursos lato sensu e cobram por isso. De acordo com Canziani, com a retirada do mestrado profissional da possibilidade de cobrança será possível avançar na votação da matéria e “permitir que as universidades públicas continuem a cobrar pela pós-graduação lato sensu, trazendo importante fonte de recursos”.

O assunto da cobrança pela pós-graduação lato sensu foi parar no Supremo Tribunal Federal porque o Ministério Público tem contestado a cobrança com base no argumento de que a Constituição prevê a gratuidade do ensino público oficial para todos os níveis.

Acordo com associação
Para o deputado Cleber Verde, a aprovação do texto vai encerrar processos judiciais que questionam a cobrança já feita por universidades públicas.

Segundo a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), a posição da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) foi a favor da retirada do mestrado profissional daqueles que poderão ser cobrados. “A retirada do mestrado profissional fez parte de um acordo com as universidades, que também precisam de reforços de dotações para funcionar com qualidade. O destaque procura melhorar esse aspecto da PEC”, afirmou.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a PEC quebra o princípio da gratuidade do ensino público. “O destaque aprovado reduz um dano que seria o sinal de que o mestrado profissional pago teria o mesmo valor [de titulação] do mestrado acadêmico”, disse.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA: PEC-395/2014
Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Agência Câmara Notícias

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Prezadas Afiliadas:
Face a relatos de grandes dificuldades nos processos de renovação de credenciamento e autorização no GAT, a Diretoria Executiva  do CONFIES vem envidando esforços juntamente com o Secretário Jesualdo Farias da SESU/MEC com discussões e sugestões para tornar o processo mais célere.
O Secretário Jesualdo se comprometeu na última reunião em 27/01/2016 com a implementação de sistema eletrônico, que sofreu atrasos devido a processo de contratação de empresa especializada, e alterações nos instrumentos legislativos que definem os procedimentos e prazos de credenciamento e autorização.
Estaremos atentos e acompanhando todo o processo, para que não ocorram mais prejuízos às FA.
Cordialmente,
Diretoria Executiva

Cartaz Encontro Regional ConfiesDurante o Encontro Regional Confies – O Marco Legal de CT&I e seus desdobramentos, a Fiotec fará apresentação das Ferramentas de Gestão de Aplicações para Compartilhamento com as outras fundações.

Para essa atividade, não é necessário fazer inscrição, basta comparecer ao local no horário marcado.

A programação da atividade encontra-se abaixo:

 

 

ENCONTRO SUDESTE DO CONFIES

Tema: Ferramentas de Gestão de Aplicações da Fiotec para Compartilhamento

Data: 22 de fevereiro de 2016

Local: Coppetec

Horário: 08h30 às 17 horas

Promoção: Confies / Coppetec / Fiotec

AGENDA

Introdução

  • Mostrar os objetivos da apresentação, bem como as diretrizes da política de compartilhamento de produtos e conhecimento da Fiotec com suas congêneres. Deve-se mostrar, previamente, as condições em que esse compartilhamento se dá.

08:30 / 10:15 – Gerenciamento Eletrônico de Documentos (Ged)

  • Descrição básica do produto
  • Histórico na Fiotec
  • Funcionalidades
  • Características técnicas

10:15 / 10:45 – Coffe break

10:45 / 12:00 – Assinador Digital

  • Descrição básica do produto
  • Histórico na Fiotec
  • Funcionalidades
  • Características técnicas

12:00 / 13:00 – Almoço

13:20 / 15:20 – e-Social /recadastramento de trabalhadores celetistas

  • Descrição básica do produto
  • Histórico na Fiotec
  • Funcionalidades
  • Características técnicas

Condições de Compartilhamento

 

Apoio: Coppetec (Coppe/UFRJ) / Fiotec (Fiocruz) /FUJB (UFRJ) / Fec (UFF)

Fernando Peregrino, vice-presidente do Confies. (Foto: Reprodução-Coppe/UFRJ).

Fernando Peregrino, vice-presidente do Confies. (Foto: Reprodução-Coppe/UFRJ).

Por: Fernando Peregrino *
Como desburocratizar a integração entre as instituições de pesquisa e as empresas no Brasil para acelerar o processo de inovação? Um pais que está em 13º lugar na produção de ciência e em 70º lugar em inovação requer, com certeza, que se reforce essa relação.

O momento é propício. Podemos aproveitar a experiência fracassada de um modelo exportador de bens primários, inaugurar um novo período com a produção de bens e serviços intensivos em conhecimento, reconfigurando a nossa economia com empresas baseadas em tecnologiaendógenas, e romper o longo  ciclo de baixo crescimento.

O caminho recente trilhado pela nossa economia, com raros intervalos, reforçou  nossaposição de economia periférica e de subordinação às economias centrais. Nos séculos XIX e XX, vivemos os ciclos do ouro, do café e do açúcar para atender ao Velho Mundo. Quase duzentos anos depois de nossa independência, ainda exportamos minério de ferro, soja, carne, óleo cru, suco de laranja e outras comodities para satisfazer, de forma submissa,  a um mercado externo, agora expandido pela China.

O Brasil já provou que é capaz de produzir bens de alta tecnologia, como navios, aviões, derivados do petróleo até produtos da química fina e da biotecnologia. Porém algo nos impede de sermos eficientes na construção de um ambiente de cooperação flexível  entre a academia e a empresa visando acelerar a transformação da ciência em inovação.

Duas premissas destaco nessa discussão sobre esses entraves. A primeira é um ensinamento do grande pensador brasileiro, Celso Furtado, para quem, por exemplo, o subdesenvolvimento não é uma etapa que precede o desenvolvimento, e sim uma situação em si,  da qual só sairemos com políticas próprias e intensa criatividade técnica. A segunda premissa vem do saudoso Darcy Ribeiro. Segundo ele, devemos reunir nossas melhores condições para conduzir um projeto nacional apoiando-nos no desenvolvimento endógeno de saberes e técnicas e não como meros  consumidores dessa nova civilização tecnológica. Ainda em sua obra reeditada, O Brasil como problema (2015),  Darcy afirma que as forças motoras dessa nova civilização devem se libertar do que chamou de “peias burocráticas” que lhe tolhem o caminho.

Por outro lado, Francis Fukuyama, em seu livro seminal, Confiança (1996), considera-nos uma sociedade de baixa confiança, portanto difícil de nos associarmos com objetivos, padrões e valores compartilhados, como ocorre em outros países. Segundo ele, em países como o nosso, é difícil acontecer associações espontâneas fora da família. Em pesquisa, publicada no Scientific American Journal, Paul Zak (2008) demonstrou que o Brasil se encontra em ultimo lugar em confiança entre os mais de sessenta países pesquisados. Ora, confiança é a base para a cooperação e a integração de esforços.

A tese desses autores é que o progresso de um país e sua capacidade de competir estão ligados a essa característica cultural fundamental: confiança. Como consequência, nas sociedades de baixa confiança,resta os empreendimentos empresariais se originarem nas famílias, ou, quando não, a partir de intervenção e fomento do Estado.

Um outro aspecto a destacar, decorre dessa reconhecida baixa confiança da sociedade brasileira. Para compensá-la, estimula-se a proliferação de normas regulando, controlando e elevando o grau de burocratização das ações governamentais que visem agregar  grupos e segmentos em torno de objetivos comuns. Tratam-se, em geral, de instrumentos coercitivos, burocráticos e, muitas vezes, falhos. Apenas como exemplo, de 2000 a 2014, foram criadas 77 mil novas leis no Brasil, 25% dessas inconstitucionais.

Tudo isso demonstra o quanto é difícil construir um ambiente para uma politica de inovação flexível e desburocratizada, que integre a academia, governo e empresa, como se requer no Brasil. Uma política de inovação que produza frutos através do estímulo à confiança entre os segmentos envolvidos. E que evite potencializar, mais ainda, nossa baixa confiança com excesso de burocracia que frustra a alavanca da nova economia que nascerá da integração criativa das instituições de pesquisa e as empresa no Pais.

* D.Sc, Diretor de Orçamento e Controle da COPPE,  Vice Presidente do CONFIES – Conselho Nacional das Fundaçoes de Apoio às Instituiçoes de Ensino Superior

Sobre o Confies

O CONFIES – Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica – é uma associação civil com personalidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos que agrega e representa centenas de fundações afiliadas em todo o território nacional.

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